Nos dias 08 e 09 de setembro, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) realizou a 5ª Oficina Pedagógica online, com o tema “Saúde e Meio Ambiente na Escola: Educação Popular em Saúde e Pandemia”. A edição atingiu um número recorde de inscritos e contou com a participação, em tempo real, de mais de 400 professores via Facebook e plataforma Zoom.
O primeiro dia de oficina recebeu a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Paulette Cavalcanti de Albuquerque, que abordou o tema “Educação Popular no Sistema Único de Saúde”. A convidada iniciou sua fala reforçando a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e do conceito de saúde como direito humano para a sociedade.
De acordo com Paulette, o conceito ampliado de saúde é bastante abrangente e a saúde é resultado das condições de saneamento, habitação, trabalho, transporte, lazer e educação. “Precisamos lembrar que o trabalho é fundamental para se ter saúde. Nessa pandemia nós vimos claramente isso. Categorias profissionais que foram muito mais acometidas que outras, muitas delas sem informação e sem nenhuma política ou proposta de cuidado”, reforça.
Na sequência, a pesquisadora abordou como trabalhar com a população de uma forma mais dialógica, através da Educação Popular em Saúde. “A educação popular busca mudar a realidade daquela comunidade, mudar o sistema de transporte, a água, o lixo, o saneamento, as condições de habitação. Então, esse trabalho de educação popular não vai estar exclusivamente voltado para doenças, nem para a prevenção delas. Mas vai estar voltado ao processo de empoderamento de cada um e de cada uma, para cuidar de sua própria saúde de forma autônoma”, completa.
A pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz, Grasiele Nespoli, foi a palestrante convidada pela Olimpíada para discutir sobre “Educação Popular em Saúde na Escola”, no segundo dia de atividades. Partindo de uma reflexão histórica conceitual, a professora sustentou sua fala através dos pensamentos de dois grandes teóricos brasileiros: Paulo Freire e Carlos Rodrigues Brandão.
Segundo Grasiele, a experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire não parte de palavras ou de conteúdos prontos. “O primeiro passo do método Paulo Freire é identificar nos grupos sociais e nas comunidades, o universo vocabular desse povo. Quais são as palavras que são ditas, quais as expressões, qual é o jeito de falar. Então, o primeiro passo é trabalhar a alfabetização a partir desse universo, que é o universo cultural”, afirma.
Com base nos conceitos e saberes desses dois educadores, a pesquisadora ainda completa: “a educação popular não é algo puro, que a gente faz ou não faz, a gente transita por essa abordagem também. Principalmente, quando a gente prioriza na sala de aula o diálogo, de alguma forma estamos alinhados a essa perspectiva, quando a gente valoriza a cultura – por exemplo na Obsma – a gente também está dialogando com essa perspectiva teórica”, concluiu.
Assim como nas edições anteriores, a 5ª Oficina também possibilitou um momento de bate-papo entre as palestrantes e os professores participantes, que tiveram a oportunidade de fazer perguntas e tirar dúvidas sobre o tema debatido.
As Oficinas Pedagógicas online da Obsma estão ocorrendo quinzenalmente e, a cada encontro, novas temáticas são retratadas, privilegiando sempre a transversalidade entre a educação, saúde e meio ambiente. Para saber mais sobre as atividades promovidas, acompanhe a Olimpíada através das redes sociais: Facebook e Instagram. Em caso de dúvidas, também é possível entrar em contato com a Coordenação da Olimpíada pelo e-mail: olimpiada@fiocruz.br ou o telefone (21) 3882-9291.
10ª edição e Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã
As inscrições para a 10ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz foram prorrogadas até o dia 13 de dezembro e devem ser realizadas pelo site oficial www.olimpiada.fiocruz.br. No site é possível ler o regulamento completo e conferir o endereço de envio do material físico de seu trabalho.
Neste ano, a Olimpíada também oferece o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, no qual selecionará um trabalho ou projeto inscrito, desenvolvido exclusivamente por alunas e professoras do gênero feminino. Confira o regulamento completo.