Negacionismo na Ciência foi o tema da 5ª Oficina Pedagógica Online da Obsma/Fiocruz
Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente trouxe especialistas para falar sobre divulgação da ciência
Em tempos de tantos questionamentos, dúvidas, informações, desinformações e Fake News, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, nos dias 09 e 10 de setembro, apresentou o tema “Divulgação Científica: Formas de Combater o Negacionismo” em sua oficina online, e trouxe um time de especialistas para falar sobre o assunto.
A primeira convidada, a física Debora Perez Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina, começou sua apresentação explicando como funciona a metodologia científica. Os trabalhos são iniciados por pesquisadores, que depois precisam comprovar por evidências a sua tese. Os conteúdos pré-avaliados são publicados em revistas especializadas e depois toda uma comunidade científica revisita este trabalho até que se chegue a um consenso. A ciência trabalha para confirmar ou descartar hipóteses, os adeptos de mentiras e pseudociências trabalham com a premissa de “prove que eu estou errado”. Em um debate científico o ônus da prova cabe a quem afirma, explica a física, que ainda completa: “Há diversos fatores que influenciam as pessoas a acreditarem em Fake News, entre eles o psicológico. É mais fácil enganar uma pessoa do que convencê-la de que foi enganada.
A ciência precisa ser divulgada desde o ensino médio, para não parecer algo mágico para as crianças. Os professores são a chave da solução dos nossos problemas – ensinar as crianças, em vez de responder “porque não”, finaliza Debora. A cientista tem um canal no YouTube chamado Mulheres na Ciência (https://www.youtube.com/channel/UCCbJyLuj3ybGshPtq29ffPA). Este tema será debatido na 6ª Oficina Pedagógica Online, dias 23 e 24 de setembro.
O segundo convidado foi Igor Waltz, do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT/Fiocruz). Igor, que é jornalista, participa de um grupo de pesquisa que observa como está se dando o debate público sobre temas da área de ciência e saúde nas redes sociais, e ele tem em sua pesquisa o foco nas vacinas.
“Antes da pandemia nós já observávamos esse quadro de “poluição informativa”, depois da pandemia esse acompanhamento ficou mais urgente. Vivemos hoje uma Infodemia. A informação é produzida muito rapidamente e em grande escala e neste Ambiente Informacional teremos também notícias falsas, discursos de ódio, discursos radicalizados, ataques personalistas, teorias consiratorios, negacionismo, exposições e vazamento de dados pesoais etc”, ressalta Igor. Segundo o convidado, o debate precisa ser sobre formas integradas de saída deste fenômeno, que passam pela checagem de informação, a divulgação científica mais acessível, de linguagem mais clara e informal e nos ambientes onde a desinformação circula. “É um trabalho de formiguinha e a pandemia ajudou a gente a perceber e importância da divulgação cientifica. Não pensar tanto a partir do nosso lugar, mas pensar na sociedade como um todo”, explica Igor.
No segundo dia, os convidados foram Fabricio Pelloso e Rodrigo Frogeri, do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG), que reforçaram o debate sobre a importância da divulgação científica em ocupar essas brechas informativas. A partir do momento da evolução da internet, onde todos passaram a ser criadores de conteúdo sem precisar de um conhecimento aprofundado,“Passamos a conviver com uma dificuldade muito grande na fronteira evidente do que é fake News e o que não é. Até videos, que antes eram considerados provas de veracidade, hoje podem ser manipulados.
O algoritmo é outra evolução da internet que precisamos acompanhar. A partir das suas buscas e do seu comportamento na rede, os algoritmos geram informações custamonizadas para cada usuário. Você passa a receber apenas informações que tem a ver com as suas interações e isso gera uma bolha informacional muito dificíl de ser penetrada” avalia Fabricio.
Segundo os pesquisadores, as pessoas utilizam as redes sociais como principal meio de informação hoje e temos que seguir trabalhando em estratégias para divulgar o que está acontecendo e penetrar essas bolhas. “Este tema não está restrito a ciência, mas a toda sociedade. Precisamos ampliar nossa presença nas redes sociais, para conseguir penetrar estas bolhas e também melhorar a forma de comunicação, mais simples e direta, e desenvolver a capacidade crítica dos indivíduos”, disparou Rodrigo.
As Oficinas Pedagógicas Online acontecem regularmente e as inscrições são sempre gratuitas. Para participar é necessário acompanhar as datas nas nossas redes e se inscrever. Todos que participarem dos dois dias das Oficinas, receberão um certificado ao final do evento. A próxima Oficina será nos dias 23 e 24 de setembro, com o tema Menina Hoje, Cientista Amanhã.
A íntegra de todas as Oficinas está disponível no Facebook Obsma. Acompanhe as novidades no site e em nossas redes sociais.
Site: www.olimpiada.fiocruz.br
Instagram: @obsma_fiocruz
Facebook: www.facebook.com/obsma
Youtube: https://www.youtube.com/user/obsma
Twitter: https://twitter.com/obsma