SNCT na Fiocruz – Saúde e Meio Ambiente em Sala de Aula: Um bate papo com professores
Nesta terça-feira (5), a SNCT 2021 trouxe um papo virtual sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fiocruz. Em sua décima primeira edição, a Obsma reafirma seu compromisso com a educação de qualidade no centenário de Paulo Freire, celebrando o trabalho em equipe, valorizando professores que usam a criatividade em sala de aula e buscando despertar a vocação científica dos estudantes.
Atividade proposta pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, o papo virtual intitulado “Educar na Pandemia: plantando ideias, formando cidadãos”, reuniu professores premiados para discutir projetos pedagógicos durante a pandemia de Covid-19. Considerando, justamente, a situação pandêmica, a atividade iniciou com um minuto de homenagem às quase 600 mil vítimas de Covid-19 no Brasil, em um momento de “luto e de luta coletiva”, como pontuou Stephanie Cabral, uma das integrantes da equipe.
O objetivo da Obsma, segundo a integrante da equipe Thatiana Victoria, é servir como um espaço aberto entre os professores e a Fundação Oswaldo Cruz. Dessa forma, a ideia é possibilitar aos professores que eles produzam projetos relevantes, territorializados e que garantam que esses alunos “compreendam que as questões de saúde e meio ambiente são urgentes e essenciais para a manutenção de um país democrático e mais justo”, destaca Victoria.
Vacinas e doença de chagas – Ana Paula Freire, professora da Rede Municipal de Recife (PE) há quase 30 anos, compartilhou sua experiência com o projeto “Vacinar ou não vacinar: os efeitos colaterais do século XXI”, iniciado em 2019. Nele, a professora e seus alunos refletiram sobre a relação do movimento antivacina e as chamadas fake news, observando que essa desinformação contribui para uma maior incerteza em relação à vacinação. “Nós estamos aqui refletindo sobre nossa prática, trazendo nossas perspectivas de vida enquanto ciência, mas uma ciência preparando para a vida”, enfatiza Freire.
Marcello Spollidoro, professor do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro (RJ), contou que seu projeto teve início por iniciativa dos próprios alunos. Eles já estavam sensibilizados pelas questões que envolvem a Doença de Chagas e o chamaram para organizar um projeto para a Obsma. Como produto, produziram um livro sobre a situação da doença no Brasil, especialmente na Amazônia, em que o narrador é o próprio barbeiro – vetor da enfermidade. Há ainda uma versão impressa em braile e uma música em Libras, mostrando a preocupação com a acessibilidade.
Preocupação com o futuro – Já a professora Keila Ferreira e Oliveira, professora da Escola Estadual Cora Coralina em Rondônia (RO), trabalhou uma temática do meio ambiente com seus alunos: queimadas na Amazônia. A proposta era deixar os estudantes incomodados com as contínuas queimadas na região, “tirar eles da zona de conforto e levar isso para casa, para o vizinho, para a mãe”, ressalta Oliveira. “O resultado foi muito significativo”, finaliza.
Ainda pensando no futuro, a professora Rivania da Silva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), foi destaque no Prêmio “Menina hoje, Cientista amanhã”, que buscava incentivar meninas a seguirem a carreira científica. A professora contou que o trabalho foi mostrar a suas alunas exemplos reais de pesquisadoras mulheres, tanto do próprio IFMA como de outras instituições. Apesar das dificuldades, “elas se viram como pesquisadoras”, como diz Silva, e até já se inscreveram em outras atividades com essa temática. E isso mostra como podemos transformar o futuro.
O papo virtual pode ser acessado no link.
Essa matéria foi replicada do site snct.fiocruz.br.
Créditos: Comitê de Realização SNCT 2021.