Você já pensou em ser cientista? 

Um dos jeitos de começar a trilhar esse caminho pode ser concorrendo ao Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã. Oferecido pela Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), o prêmio vai selecionar um trabalho ou projeto inscrito na Olimpíada que tenha sido desenvolvido por alunas e professoras do gênero feminino.

Comprometida com a promoção da igualdade de gênero na ciência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está em consonância com as diretrizes da ONU, particularmente da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Com o prêmio, a Obsma afirma seu compromisso no incentivo de carreiras científicas para meninas e jovens mulheres nas áreas de ciência e tecnologia. Queremos mais mulheres cientistas!

Grandes cientistas da história e suas trajetórias profissionais serão homenageadas em cada uma das edições do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã. Nessa edição, a escolhida é Maria Deane.

Para concorrer ao prêmio, basta se inscrever normalmente na Olimpíada e escolher a opção de participar do prêmio no formulário de inscrições. O trabalho pode atender a qualquer uma das modalidades. Mas lembre-se: todas as integrantes do grupo devem ser do gênero feminino e… gostar muito de ciência!

QUEM FOI ALDA FALCÃO?

Conheça um pouco mais sobre essa cientista cearense, conhecida internacionalmente, com uma coleção de descobertas e homenagens.

Alda Lima Falcão foi uma mulher inspiradora em muitos sentidos. Foi muito próxima de Maria Deane, cientista homenageada na 2ª edição do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã.

Essa aproximação, iniciou-se quando a cidade natal de Alda, Aracati – CE, sofria com um surto de malária. Enquanto os cientistas combatiam a doença no Serviço de Malária do Nordeste, com o apoio da Fundação Rockefeller, Alda, com apenas 14 anos de idade, aprendia com Maria Deane a dissecar, identificar, fixar e armazenar exemplares do Anopheles gambiae, espécie vetora da doença.

Nascida em 1925, Alda teve uma infância de puro contato com a natureza. A região fica perto do Rio Jaguaribe, que desagua no oceano Atlântico. E foi por ali que aprendeu a nadar, correr pelas matas, andar a cavalo, colher frutas e ter contato com algumas espécies de animais na beira do rio.

Embora tenha se formado em contabilidade, atuou como entomologista, juntamente com seu marido, Alberto Falcão, por décadas. Primeiro pelo Serviço Nacional de Malária em Fortaleza, depois em Belo Horizonte. No entanto, após uma regulamentação federal, os dois não puderam mais trabalhar juntos, esse foi um momento difícil de ser superado, afinal estavam acostumados a colaborar e apoiar um ao outro em seu trabalho.

Contudo, Alda guardava recordações muito positivas de sua vida pessoal e profissional. Seu empenho foi reconhecido por aqueles que tiveram o privilégio de contar com sua presença por perto. Familiares, alunos, pesquisadores e outros profissionais do Brasil e de vários pontos do mundo puderam observar o impacto do seu trabalho científico, principalmente as análises que fez sobre os flebótomos, que são insetos vetores de doenças como a leishmaniose. Veja algumas das homenagens que recebeu:

  • 1991- Medalha Meio século de Contribuição a Ciência, Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ.
  • 1997 – Honra ao Mérito, Centro de Pesquisas René Rachou-Fiocruz.
  • 2001 – Espécie em homenagem à Alda Lima Falcão ” Luztzomya aldafalcaoae Santos Andrade Filho & Honer.
  • 2002 – Espécie em homenagem à Alda Lima Falcão ” Pintomyia limafalcaoae Wolf & Galati.
  • 2002 – Espécie em homenagem à Alda Lima Falcão ” Pintomyia falcaorum Brazil & Andrade Filho.
  • 2003 – Subgênero em homenagem à Alda Lima Falcão ” Aldamyia Galati.
  • 2005 – Título de Pesquisadora Honorária pela Fundação Oswaldo Cruz.
  • 2007 – Título de pesquisadora emérita.
  • 2001 – Homenagem do Programa de Vocação Científica, pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz.
  • 2008 – Homenageada no encontro em Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e Leishmanioses, em Uberaba.

Além das três espécies que trazem seu nome como homenagem, o centro de referência de tratamento e diagnóstico antes denominado como Ambulatório de Leishmaniose, passou a ser chamado de Ambulatório Alda Lima Falcão. Além disso, Alda descreveu um gênero, um subgênero e 41 espécies de flebotomíneos e em parceria com o cientista Amilcar Martins, deu origem à Coleção de Flebotomíneos (COLFLEB). A coleção é um dos maiores orgulhos de Alda e está no localizada Instituto René Rachou – Fiocruz Minas.