COMO PARTICIPAR

Atenção! Para participar da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, os projetos de estudantes devem ser inscritos por professores responsáveis. Vamos lá, não perca essa oportunidade! Participe agora!

MODALIDADES

Mobilize a sua escola e inscreva os projetos de seus alunos, do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e de ensino médio, nas seguintes modalidades:

Produção Audiovisual

Tem um vídeo desenvolvido em sala de aula sobre saúde e meio ambiente? Você pode inscrevê-lo na Olimpíada. Saiba mais sobre a linguagem audiovisual e venha fazer parte do time olímpico.

Trabalhos inscritos nesta modalidade DEVEM conter imagem e som, ou seja: imagem sem som ou som sem imagem não serão aceitos. Podem ser um vídeo reportagem, um documentário, um videoclipe, um filme de ficção, um videoarte, um programa de entrevistas, um filme de animação ou até mesmo um spot de propaganda, contanto que seja coletivo e não ultrapasse 10 minutos no tempo de duração.

Projeto de Ciências

Podem ser considerados nesta modalidade os trabalhos de pesquisa com análise de dados, projetos multidisciplinares e objetos desenvolvidos com base em estudos realizados em sala de aula.

Nessa modalidade, podem ser apresentados projetos como estudos, pesquisas, experimentos ou verificações de fenômenos naturais. É importante detalhar sua motivação, os passos do processo, fontes usadas e os impactos na escola, comunidade ou bairro. Fotos, vídeos ou outros registros do desenvolvimento do trabalho são obrigatórios.

Produção de Texto

As redações são bons instrumentos de aprendizagem. Existem outras possibilidades de trabalhar a produção criativa de textos com os alunos. Esta é mais uma modalidade da Obsma!

O texto deve ser inédito, original, com até 10 páginas, abordando questões de saúde e meio ambiente da sua realidade. Pode usar qualquer estilo e recursos como fotos ou desenhos. Queremos conhecer sua capacidade de compreender e expressar esses temas, além de valorizar clareza, expressão e português correto!

PRÊMIO ESPECIAL: MENINA HOJE, CIENTISTA AMANHÃ

Quer ser cientista?

 

Participe do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, promovido pela Obsma, que reconhece projetos de alunas e professoras que se identificam com o gênero feminino e são apaixonadas por ciência! A Fiocruz reforça seu compromisso com a igualdade de gênero na ciência e celebra mulheres que abrem caminhos e inspiram novas gerações: nesta edição, nossa homenageada é a pesquisadora Juliana de Meis.

Inscreva-se na Olimpíada e marque seu interesse em participar do prêmio no formulário. É hora de mostrar ao mundo o poder transformador das meninas na ciência!

A garota dos lábios vermelhos

 

Juliana de Meis faleceu em 16 de julho de 2021, um dia antes de completar 49 anos, quando alcançava o ponto mais brilhante de sua carreira.

Era bióloga, com mestrado em Biologia Parasitária e doutorado em Biologia Celular e Molecular, ambos pelo Instituto Oswaldo Cruz / Fiocruz.

Juliana sempre pesquisou a Doença de Chagas, principalmente de forma experimental. Apaixonada pela bancada e ávida por aprender, também tinha um forte desejo de ensinar e compartilhar. Sua dedicação ia além da orientação de alunos de pós-graduação, refletindo-se também em seu interesse pela divulgação científica — outro traço herdado de seu pai, Leopoldo de Meis, um premiado cientista nacional. Juliana sempre estava entusiasmada a organizar exposições, peças teatrais e qualquer outra forma de compartilhar conhecimento com os jovens e despertar sua curiosidade!

Ela tinha uma maneira especial de cuidar dos outros. Uma cientista humanitária que começou trabalhando na bancada com experimentos sobre a Doença de Chagas, uma doença tradicionalmente transmitida pela picada de um inseto! No entanto, mais recentemente, a transmissão oral da doença de Chagas passou a ser a forma mais importante de contágio no Brasil, representando mais de 80% dos casos, principalmente no estado do Pará. Juliana seguiu as evidências e desenvolveu um modelo experimental da Doença de Chagas oral em camundongos. Além de estabelecer o modelo, identificar os mediadores da forma grave da doença e a via de entrada, ela foi ao Pará.

 

Foi ao Pará e conheceu a população ribeirinha. Isso bastou para que ela decidisse, como humanista, que algo mais poderia ser feito por aquela população. Quase imediatamente, Juliana identificou a necessidade de capacitação dos microscopistas para o diagnóstico da Doença de Chagas e elaborou o “Manual da Doença de Chagas para microscopistas de nível básico do estado do Pará”. E não parou por aí — organizou também um curso de capacitação para eles.

Alda Lima Falcão foi uma mulher inspiradora em muitos sentidos. Foi muito próxima de Maria Deane, cientista homenageada na 2ª edição do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã.

Essa aproximação, iniciou-se quando a cidade natal de Alda, Aracati – CE, sofria com um surto de malária. Enquanto os cientistas combatiam a doença no Serviço de Malária do Nordeste, com o apoio da Fundação Rockefeller, Alda, com apenas 14 anos de idade, aprendia com Maria Deane a dissecar, identificar, fixar e armazenar exemplares do Anopheles gambiae, espécie vetora da doença.

Nascida em 1925, Alda teve uma infância de puro contato com a natureza. A região fica perto do Rio Jaguaribe, que desagua no oceano Atlântico. E foi por ali que aprendeu a nadar, correr pelas matas, andar a cavalo, colher frutas e ter contato com algumas espécies de animais na beira do rio.

Embora tenha se formado em contabilidade, atuou como entomologista, juntamente com seu marido, Alberto Falcão, por décadas. Primeiro pelo Serviço Nacional de Malária em Fortaleza, depois em Belo Horizonte. No entanto, após uma regulamentação federal, os dois não puderam mais trabalhar juntos, esse foi um momento difícil de ser superado, afinal estavam acostumados a colaborar e apoiar um ao outro em seu trabalho.

Contudo, Alda guardava recordações muito positivas de sua vida pessoal e profissional. Seu empenho foi reconhecido por aqueles que tiveram o privilégio de contar com sua presença por perto. Familiares, alunos, pesquisadores e outros profissionais do Brasil e de vários pontos do mundo puderam observar o impacto do seu trabalho científico, principalmente as análises que fez sobre os flebótomos, que são insetos vetores de doenças como a leishmaniose.

Maria Deane Paraense, cientista pioneira e autora de mais de cem produções. Conheça Maria von Paumgartten Deane, primeira mulher a assinar um artigo na revista editada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC)

Ela fez descobertas incríveis! Maria von Paumgartten Deane foi uma lendária protozoologista que registrou diversas descobertas significativas sobre leishmaniose visceral, malária e doença de Chagas. Foi ela quem descreveu, pela primeira vez, o duplo ciclo de multiplicação do Trypanosoma cruzi (agente causador da doença de Chagas) em gambás. Sua produção científica é extremamente original. Além de uma cientista pioneira, ainda na década de 1930, formou-se médica e viajou por todo o interior do Brasil para investigar doenças que continuam a ser negligenciadas. Enérgica e de personalidade forte, Deane dedicou boa parte de sua vida para estimular a formação de profissionais de saúde. Também esteve envolvida na consolidação de unidades de ensino e pesquisa em várias instituições, como o Departamento de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e o Departamento de Parasitologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Carabobo (Venezuela). Na Fiocruz, o Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia) é também uma homenagem às suas incontáveis contribuições.

Bertha Lutz Naturalista, política e defensora dos direitos das mulheres: Bertha Maria Júlia Lutz foi tudo isso e mais Bertha Maria Júlia Lutz foi considerada – e ainda é, até hoje – uma das cientistas brasileiras mais brilhantes da história. Nascida em São Paulo em 1894, a filha do zoólogo Adolfo Lutz sempre demonstrou amar os animais e as plantas. Estudou ciências naturais na França e, aos 24 anos, decidiu voltar para o Brasil. Foi trabalhar no Museu Nacional: lá, descobriu um interesse particular por anfíbios. Lançou um livro sobre o tema que é usado até hoje como referência. Genial, não é?

Mas não pára por aí. Além de se tornar uma pesquisadora respeitada pelo seu trabalho, Bertha fez ainda mais pelas mulheres: foi uma das pioneiras do movimento feminista brasileiro. Defendeu pautas como os direitos trabalhistas da mulher, a igualdade salarial e o acesso ao voto. Imagina falar sobre isso no século 20, em espaços dominados por homens! Bertha ocupou cargos de altíssimo prestígio como secretária no serviço público federal, foi parlamentar e recebeu honrarias importantes, entre elas, o título de professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também representou o país em eventos internacionais. Ufa, que trajetória.

A Fiocruz teve a honra de ser um dos lugares pelos quais a cientista passou enquanto trilhava a sua carreira. Já que falava várias línguas, Bertha trabalhou como tradutora no setor de zoologia do Instituto Oswaldo Cruz. Além disso, foi peça-chave na construção do Museu Oswaldo Cruz, criado em 1917.

Por esses e tantos outros motivos, Bertha Lutz foi a escolhida para ser a primeira homenageada do Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã. Afinal, é inspiração de sobra!