Cerimônia de premiação inspira e emociona professores e alunos participantes da 11ª edição
Depois de uma programação intensa entre inesquecíveis visitas técnicas realizadas na cidade do Rio de Janeiro, o grande dia chegou! A cerimônia de premiação da 11ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz foi realizada no dia 08 de dezembro, com auditório lotado e falas que inspiraram a todos. Uma tarde marcada pela emoção de seu início ao seu fim, com a premiação dos destaques regionais e o anúncio dos destaques nacionais.
Na mesa de abertura estiveram a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado – que representou a presidente da Fundação Nísia Trindade Lima –; a coordenadora nacional da Obsma, Cristina Araripe; o coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha; e a presidente da Asfoc Sindicato Nacional, Mychelle Alves. Para abrilhantar ainda mais o evento, participaram, como convidados especiais a médica e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, o pesquisador emérito da Fiocruz, Akira Homma, e a jornalista e escritora Miriam Leitão.
Para dar boas-vindas a todos, a coordenadora nacional da Obsma, Cristina Araripe, agradeceu os participantes e reforçou a missão da olimpíada em levar conhecimento ao ambiente escolar. ” Esse é o nosso desafio cotidiano, levar até as escolas informação e especialmente conteúdo de qualidade”, ressaltou Cristina, que ainda falou sobre os impactos da pandemia da Covid-19 para o projeto. “No período da pandemia, continuamos nos reunindo com vocês. A olimpíada se reinventou e aquele trabalho que vinha sendo desenvolvido ao longo de oito anos precisou ser repensado totalmente. A última edição, que era aquela que comemorou nossos 10 anos, não pode ocorrer presencialmente, e a premiação foi totalmente virtual. Não poderíamos imaginar isso. Fomos nos acostumando, vivendo o dia a dia, enfrentando as dificuldades que foram aparecendo e eu tive a sorte de encontrar, nesses espaços das oficinas virtuais, a força necessária para levar a diante. Estamos de volta!”, declarou a coordenadora.
Representando a presidente da Fiocruz, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, Cristiani Vieira Machado, lembrou da importância das ações desenvolvidas pela instituição em articulação com a Educação Básica. “Temos outros projetos como o nosso Programa de Vocação Científica e o Programa Meninas e Mulheres na Ciência, mas a olimpíada é muito especial para todos nós, já que tem 20 anos de existência”, ponderou. “É uma olimpíada diferente, já que não se baseia somente na lógica no mérito individual ou no brilhantismo dos estudantes, mas sim uma olimpíada que trabalha o coletivo, trabalha a escola no seu conjunto e trabalha com os professores. Faço um agradecimento especial aos professores, que são nossos parceiros, mas principalmente aos estudantes, que nos emocionam com seus trabalhos. Continuem perseguindo seus sonhos!”
Um dos primeiros convidados especiais a falar foi o pesquisador emérito da Fiocruz, Akira Homma. Sua fala trouxe a preocupação com a queda nas coberturas vacinais nos últimos anos no Brasil e ressaltou a importância da imunização para a saúde pública. “Estamos criando uma população suscetível, uma população desprotegida que pode sofrer com doenças preveníveis por vacinação, algo injustificável para a saúde pública brasileira. Estamos trabalhando na ponta do sistema para enfrentar essa situação e é sim possível trabalhar com a estratégia correta e fazer a reconquista das altas coberturas vacinais. Confiamos em vocês, jovens, para dar continuidade a esse trabalho. Parabéns a todos vocês.”, destacou.
Já o coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha, se dirigiu aos alunos e professores falando sobre a transformação que iniciativas como a Obsma podem gerar. “Aqui é possível perceber alguns elementos centrais daquilo que é transformador. A ludicidade, a juventude com a capacidade de se apropriar de temas aparentemente complexos, mas que impactam a vida de uma forma tão profunda e que demandam de nós um processo de envolvimento, um processo de compromisso com a transformação que não é só das macros transformações, mas é também das transformações do nosso modo de viver. A modelagem dessa olimpíada foi pensada para ser criativa na sua diversidade de expressão, para ser criativa na reunião entre o individual e o coletivo, para se criativa para pensar não só os premiados, mas no intenso processo que faz com que milhares de pessoas se envolvam”, ponderou.
Falas que inspiram
A médica e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, se tornou conhecida com a chegada da pandemia da Covid-19 pelos esclarecimentos que deu, por meio da imprensa, sobre os aspectos da doença, sua transmissão e por defender a vacinação para toda a população brasileira. Aos alunos e professores presentes, ela relembrou sua trajetória e deixou seu recado. “Estou aqui falando para jovens, jovens que poderiam ser meus filhos, e eu ganho uma energia muito grande quando converso com vocês. Recentemente participei da SBPC e um deles me perguntou: ‘Mas você era muito nerd?’. Eu era, eu sou ainda, e ser muito nerd é muito bom. Sabe o por quê? Porque, ao longo da vida, você vai encontrando outros e vai descobrindo que alguém é mais nerd do que você e é um espetáculo, você vai aprendendo cada vez mais e isso é bom demais. A gente não pode ter limite nem preconceito com nossa linda, absolutamente inarredável diversidade. Sejam estudiosos, prestem atenção neste país incrível que a gente adora. A mensagem que quero deixar é essa: sejam curiosos com as nossas diferenças, estudem muito e continuem sendo essa inspiração que vocês são para todos nós”.
Presença muito festejada na cerimônia de premiação, a jornalista e escritora Miriam Leitão, trouxe relatos inspiradores de experiências vividas ao logo dos anos, em sua carreira como repórter. Falou sobre a importância da preservação do meio ambiente e de sua relação indissociável com a saúde. “Este é o século da ciência. Acabamos de passar por uma situação em que ficou clara a importância da ciência para a preservação da vida. A ciência nos trouxe a vida. É fundamental estimular os jovens dentro desse projeto no Brasil para derrubar todas as barreiras. Os negros são bem-vindos na ciência, as meninas são bem-vindas na ciência. Não existe o conceito de apenas homens brancos, estudantes brancos masculinos se dedicando à ciência, como se pensava antigamente. Derruba-se isso. Esse tipo de olimpíada e esse acolhimento da Fiocruz, que é o templo da ciência, é muito importante, já que cada um que está aqui foi premiado e tem a certeza de eu não limites. A conexão entre saúde e meio ambiente é total e a ciência precisa ser vista como uma estrada da inclusão”, declarou.”
A jornalista ainda passou uma mensagem de otimismo para os jovens presentes. “O Brasil não pode ser como tem sido, cheio de barreiras entre pessoas, barreiras por razões de gênero, de raça, de região. Nós somos um país com muito preconceito e, para alguns, é muito difícil ultrapassar essas barreiras e a lógica do futuro é a lógica da exclusão. Porém. nós seremos grandes, se formos todos nos juntos. Precisamos pensar que vamos reconstruir o que foi destruído, precisamos dar valor ao que nos trouxe até aqui: a ciência, o conhecimento, o estudo, a sabedoria, a capacidade de resistir. Agora, é preciso acreditar na esperança que a democracia nos traz a cada renovação”, finalizou.
Encerrando as falas, a coordenadora de Jornalismo e Comunicação Social do Instituto Oswaldo Cruz, Raquel Aguiar, falou em nome dos avaliadores da etapa nacional. “Foi emocionante ler o trabalho e ver a maturidade em lidar com temas tão bonitos, fundamentais para a vida. Vocês têm visões de mundo que tem capacidade de mudar o país e o planeta. Foi muito difícil escolher. Cada trabalho dessa olimpíada é resultado de um esforço que envolve educação e afeto. Sentimos orgulho de vocês, são trabalhos brilhantes e não estão aqui por acaso. Parabéns!”.
Em seguida, os trabalhos vencedores de cada regional receberam seus prêmios. Na sequência, veio o momento mais aguardado, o anúncio dos destaques nacionais. Foram avaliados 37 trabalhos, com participação de 91 professores e 1.272 alunos. Também foram anunciados os projetos vencedores do Prêmio Especial Menina Hoje, Cientista Amanhã. Um dia marcado pela emoção, pela troca de experiência e pelo aprendizado. Que venha a 12ª edição.