Dia Mundial do Meio Ambiente dá início às atividades da 10ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente
Por Anna Carolina Duppre/ Obsma
No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu uma série de atividades comemorativas que marcaram o pré-lançamento de sua 10ª edição (2019-2020). No Rio de Janeiro, integrando o Circuito Ambiental Fiocruz, e em Manaus e Salvador, a Obsma realizou ações para celebrar e conscientizar sobre a data junto a estudantes e professores da rede pública de educação assim como o público em geral. Um dos objetivos dos eventos foi aproximar os jovens e a Fiocruz, instituição que acredita na importância de promover oportunidades no âmbito da educação básica brasileira.
Programação no Rio de Janeiro abordou povos indígenas, uso de tecnologias na escola e lançou novo site da Obsma
A Coordenação Olímpica Nacional, em parceria com o Museu da Vida/Fiocruz, realizou no dia 5 de junho uma programação voltada à discussão sobre povos indígenas no Brasil, à divulgação científica e ao uso de tecnologias de comunicação em salas de aula. O evento realizado no auditório do Museu reuniu grande público de estudantes e professores da rede estadual, além da comunidade Fiocruz, integrando as ações do Circuito Ambiental Fiocruz 2019.
Lançando seu novo portal na internet, a Olimpíada apresentou aos presentes e aos espectadores da transmissão online as novas funcionalidades do site olimpiada.fiocruz.br, inaugurando o biênio de sua 10ª edição e das comemorações pelos 20 anos da iniciativa.
Pela manhã, estiveram presentes na abertura do evento Nísia Trindade Lima, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Cristiani Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Alessandro Batista, chefe do Museu da Vida e Cristina Araripe, coordenadora nacional da Olimpíada. Os convidados ressaltaram a importância das discussões sobre saúde indígena, meio ambiente e educação, questões caras à atuação da Fiocruz na saúde pública nacional.
Agradecendo a participação de alunos e professores do ensino médio do Colégio Estadual Fernando Figueiredo, do município de Duque de Caxias, a presidente Nísia Trindade destacou a importância de dialogarmos sobre as questões ambientais e de saúde com os jovens, pois eles estarão em breve com a agenda de futuro do país em mãos.
Bate-papo sobre povos indígenas e meio ambiente
Depois de assistir ao documentário ‘Guerreiros da Floresta’, o público participou da roda de conversa sobre meio ambiente e população indígena com a presença da antropóloga e professora emérita da Universidade de Brasília (UnB) Alcida Rita Ramos e da geógrafa Cristiane Gomes Julião, indígena do povo pankararu e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia do Museu Nacional/UFRJ. O bate-papo foi mediado pela coordenadora Cristina Araripe, historiadora, socióloga e pesquisadora da Fiocruz.
Cristiane Julião ressaltou principalmente a necessidade de toda a sociedade participar das discussões sobre e com os movimentos indígenas. Para ela, os impactos que as florestas e as populações originárias brasileiras estão sofrendo com desmatamentos e conflitos desencadeiam consequências em rede, que afetam todos os brasileiros. Por isso, Cristiane incentivou que os jovens estudantes incluíssem cada vez mais as pautas indígenas em seu horizonte de interesses coletivos. Para a geógrafa, “tudo está conectado, não podemos pensar que a questão indígena está isolada, e cada um precisa fazer sua parte”.
“A Floresta Amazônica foi feita por mãos humanas, dos antepassados dos indígenas que hoje conhecemos”, analisou Alcida Ramos. A antropóloga destacou que, a despeito da falta de proteção eficiente, da violência e de como foram expostas a doenças letais, recentemente vem se observando crescimento das populações indígenas e, com o manejo das florestas, elas estão recuperando o meio ambiente em determinadas áreas. No entanto, povos como o guarani kaiowá estão vivendo muitas dificuldades causadas por violência em conflitos fundiários e territoriais, bem como o aumento dos casos de suicídio, pontuou.
A turma do Colégio Estadual Fernando Figueiredo se despediu da Fiocruz, no final da manhã, com uma visita guiada pela equipe do Museu da Vida à Pirâmide do Parque da Ciência, onde puderam conhecer experimentos e atividades sobre as vidas micro e macroscópica. Os alunos também posarem para fotos em frente ao mural onde figura o físico alemão Albert Einstein junto a cientistas de Manguinhos em uma fotografia ampliada de 1925.
Poesia, tecnologia e produção audiovisual
Na segunda parte da programação, os convidados vieram do ensino médio do Colégio Estadual Bangu, situado na Zona Oeste da cidade. A apresentação do grupo GeoTales, projeto que divulga as geociências por meio de performances artísticas formado por estudantes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), foi a primeira atividade que a turma assistiu. O grupo declamou uma poesia autoral e falou sobre as diversas atividades que promove para o público, do infantil aos jovens e adultos, além do seu processo de pesquisa e criação, que busca elementos culturais para abordar conceitos geográficos de uma região de forma lúdica.
No momento especialmente voltado ao lançamento do novo site da Olimpíada, a coordenadora Cristina Araripe descreveu a proposta da Obsma, que há 20 anos busca valorizar os projetos feitos em sala de aula e o trabalho do professor. Wagner Nagib, produtor multimídia e designer da Fiocruz Paraná, integrante da Coordenação de Comunicação da Olimpíada, foi responsável pelo desenvolvimento da nova plataforma e aproveitou a oportunidade do lançamento do site para falar com os estudantes sobre produção de projetos digitais.
Os alunos do Colégio Bangu participaram também de uma atividade interativa da Obsma sobre técnicas audiovisuais. Wagner apresentou as etapas de produção de um vídeo partindo da estrutura de um óculos de realidade virtual feito com celular e de um pano verde, o chamado chroma key ou “cromaqui”. Para ele, as possibilidades do audiovisual têm muito a acrescentar aos processos de ensino e aprendizagem: “Isso gera a experiência, e quando aprendemos por experiência, a informação é gravada de forma mais profunda. O audiovisual vem para melhorar essa imersão das disciplinas e pode ter um custo muito baixo”, explicou o designer.
Já a Plataforma de Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz lançou, durante o evento, o jogo educacional digital 3D ‘Mestre dos Vetores’. Segundo a bióloga e coordenadora do Programa Institucional Biodiversidade e Saúde/Fiocruz Marcia Chame, é preciso que as pessoas conheçam o ciclo de vida e as doenças transmitidas pelos insetos vetores para saber como preveni-las. A partir dos modelos físicos tridimensionais da Série Vetores (que foi lançada durante a 7ª Obsma), a Plataforma elaborou o jogo em animação 3D online para atingir todos os públicos, independente da presença do material físico. O formato do jogo fornece informações sobre os vetores apresentados e é baseado no tempo em que um jogador consegue montá-los: quanto menor o tempo de montagem das peças, mais pontos se ganha. Para conhecer e jogar na web, clique aqui e acesse o Mestre dos Vetores.
Fiocruz promoveu Feira Sustentável durante o Circuito Ambiental 2019
No Rio de Janeiro, uma série de projetos e unidades da Fundação Oswaldo Cruz expuseram suas iniciativas à comunidade no espaço do campus Manguinhos.
A Feira Sustentável, realizada por Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz e Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic)/Fiocruz, aconteceu entre os dias 6 e 8 de junho e permitiu aos visitantes interagirem com diversos assuntos relacionados ao meio ambiente. A Obsma fez parte da Feira levando ao público o tabuleiro dos ODS, uma atividade voltada à conscientização sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) presentes na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Também estiveram expondo atividades na Feira Sustentável várias unidades como a Fiocruz Mata Atlântica, que levou fotografias, mudas de árvores e coleção de sementes, apresentou o projeto ‘Casa Abrigo’ do Programa de Desenvolvimento e falou sobre os projetos que desenvolve em saúde ambiental e urbana na região do Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro, que está entre as maiores florestas urbanas do mundo. Outra unidade a também compor a programação da Feira foi a Estação de Tratamento de Efluentes da Fiocruz, que demonstrou as etapas de tratamento das águas do esgoto sanitário até atingirem um rio sem causar poluição.
Por lá estiveram muitas equipes, projetos e ações de valorização e promoção da saúde em seu conceito amplo. A Cogic contabilizou um total de 1.102 visitantes nos três dias de Feira Sustentável entre escolas, público externo e o público da Fiocruz.
Ações de conscientização e educação ambiental em Manaus
*Com informações de Fiocruz Amazônia
A Coordenação Regional Norte da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente realizou em Manaus, de 3 a 10 de junho, uma série de atividades de promoção e conscientização ambiental. As ações foram possíveis com as parcerias de Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc – Amazonas), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Escola Estadual Altair Severiano Nunes, além de Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas.
A coordenadora regional Rita Bacuri, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD – Fiocruz Amazônia), avalia que as parcerias foram fundamentais: “Reunimos todos os esforços, parceiros e apoiadores, na luta em defesa da natureza que é, em sentido amplo, uma luta solidária em defesa da vida. Vida do local, vida da região, vida do país e vida do planeta”, explicou.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a Regional olímpica reuniu a artista plástica Deborah Erê e um grupo de alunos e professores da Escola Estadual Altair Severiano Nunes para produzirem um grande painel de graffiti e transformarem uma área da calçada da escola — que antes era local de despejo inapropriado de lixo no bairro Parque 10 de Novembro — em um colorido jardim. Uma oficina de desenho, um jogo sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e um divertido panfletaço com a presença de ‘Oswaldinho’ também aconteceram na data, junto com os alunos da Altair Severiano Nunes.
Já no dia 6 de junho, Oswaldinho resolveu deixar o jaleco no laboratório e vestiu a camisa da Obsma para ir ao Centro Cultural Aníbal Bessa divulgar a 10ª edição e jogar com os estudantes o jogo do “Tapetão dos ODS”. Fechando a programação comemorativa do meio ambiente, a equipe olímpica participou, no dia 7, da caminhada ambiental às margens do Igarapé do Quarenta e também visitou, no dia 10, o Parque Estadual Sumaúma com os alunos da Escola Estadual Senador J. Bosco.
Foto da capa: Pedro Paulo Gonçalves/ INCQS