Em 11 de fevereiro de 2015, foi instituído pela Organização das Nações Unidos (ONU) o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Tendo em vista a importância da data para o enfrentamento das desigualdades entre gêneros, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) organizou um evento on-line muito especial nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro, que contou com a participação de diversas cientistas da instituição. No último dia de programação, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), lançou o e-book Menina Hoje, Cientista Amanhã.
A mesa virtual Menina Hoje, cientista amanhã: encontro de gerações deu destaque às convidadas que participaram do livro em formato digital, através de seus depoimentos e experiências a respeito do tema.
Beatriz Grinsztejn (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas), Marilda Gonçalves (Fiocruz Bahia), Zélia Profeta (Fiocruz Minas), Jaqueline Goes (Universidade de São Paulo), Aryella Corrêa (Pibic/Far-Manguinhos) e Amanda da Rocha Paula Reyes (Programa de Vocação Científica no Instituto Oswaldo Cruz) foram as meninas e mulheres que estiveram presentes neste encontro e puderam compartilhar um pouco sobre as suas trajetórias dentro da carreira científica.
Após esse momento inspirador, de grande visibilidade e em defesa da igualdade de gênero na ciência, a publicação organizada pela coordenadora Nacional da Obsma, Cristina Araripe, em conjunto com João Boueri e Valentina Leite, foi apresentada em tempo real aos mais de 100 participantes da mesa virtual.
“Não poderíamos deixar de mostrar a vocês esse trabalho que é dedicado ao futuro, aos professores e aos alunos da Educação Básica do nosso país. Sem educação, sem saúde, sem ciência, sem o SUS, sem tecnologia forte e sem desenvolvimento sustentável, nada disso seria possível” declara Cristina.
Idealizado e produzido em apenas seis meses, o e-book de 56 páginas conta a história da presença feminina na Fiocruz, demonstrando o perfil dessas mulheres e a representatividade de cada uma delas no meio científico. Além disso, a publicação aborda sobre a desigualdade de gênero e o que tem sido realizado ao longo dos anos dentro da instituição para diminuir essas lacunas. O Programa Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz e o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça foram algumas das importantes iniciativas ressaltadas na publicação.
O material foi inspirado no Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, lançado na 10ª edição da Obsma, com o objetivo de selecionar um trabalho ou projeto inscrito na Olimpíada e desenvolvido exclusivamente por alunas e professoras do gênero feminino. Por meio dessa premiação, a Olimpíada visa ampliar o diálogo com as jovens meninas da Educação Básica de ensino.
Por fim, a Coordenadora da Obsma reforça a importância do livro digital como uma forma de expandir a divulgação científica, e ainda completa: “Dedico essa manhã a todas as jovens da Fiocruz. Mas muito além da Fiocruz, esse trabalho que visa levar um recado para todas as escolas e os professores que já são nossos parceiros e nos acompanharam neste evento”.
O e-book Menina Hoje, Cientista Amanhã já está disponível gratuitamente no site da Olimpíada, na aba Midiateca.
Comemoração contou com atividades exclusivas
As unidades regionais da Fiocruz – selecionadas no edital Mais Meninas na Ciência em 2020 – contaram com atividades exclusivas no primeiro dia de programação. A Mostra Mais Meninas na Fiocruz, apresentou os projetos desenvolvidos nas unidades e escritórios espalhados pelo país, enquanto o Encontro Virtual das Meninas na Fiocruz reuniu as estudantes que se inscreveram na seleção para visita à Fiocruz no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência do ano passado.
No dia 11 de fevereiro iniciaram-se as apresentações abertas ao público, que foram transmitidas em tempo real através do canal do YouTube. No período da manhã todos os participantes tiveram a oportunidade de assistir ao lançamento do vídeo dedicado ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz, além de prestigiar a primeira mesa virtual, composta pela presidente da Fiocruz, Nisia Trindade Lima; a coordenadora Nacional da Obsma, Cristina Araripe; e mais quatro grandes pesquisadoras.
“É um momento de pensarmos sim nas conquistas e nas nossas reivindicações, mas também é o momento de falarmos dos obstáculos e dificuldades, porque é assim que teremos um caminho mais consistente para esse trabalho em prol da equidade”, afirma Nísia.
Dando sequência à programação, foi apresentado pela Casa de Oswaldo Cruz (COC) um vídeo da série Mulheres na Fiocruz: Pioneiras produzido pela documentarista Cristiana Grumbach. O segundo dia de evento também foi marcado pela mesa virtual Mulheres no enfrentamento da Covid-19 na Fiocruz e, por último, pela live O que você quer ser quando crescer, organizada pelo projeto Meninas Negras na Ciência.
As atividades em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência não pararam por aí. No período da tarde do dia 12/02, foi realizada a mesa virtual: Desigualdades e Gênero, sob coordenação de Anakeila de Barros Stauffer, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio.
E, para fechar a programação, na última segunda-feira (15/12) o Canal Saúde realizou uma entrevista especial para a edição do Bate Papo na Saúde, com a integrante da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz, Fernanda Garrides; e a estudante do Colégio Pedro II, Laryssa Hellen Prates.
Acesse a página da Fiocruz no Youtube e reveja na íntegra todas as transmissões online de todo o evento.
Por Samantha Mahara Martynowicz