A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) realizou nos dias 11 e 12 de agosto duas lives especiais em comemoração ao Dia do Estudante e ao Dia da Arte, respectivamente. Os eventos tiveram transmissão ao vivo pelo Facebook da Olimpíada e contaram com a participação de professores e alunos.
A iniciativa foi pensada com o propósito de reforçar a importância dessas duas datas para a educação em nosso país. “Nós estamos passando por um momento difícil por conta da pandemia da Covid-19, mas também muito desafiador. E é por conta desse desafio que a equipe da Olimpíada resolveu encarar de frente essa ideia das lives, e nós escolhemos o Facebook porque é onde nós temos um público maior de professores participando do nosso projeto e nos acompanhando”, ressalta a Coordenadora Nacional da Obsma, Cristina Araripe.
11 de agosto – Comemoração do Dia do Estudante
“Protagonismo estudantil: Ciência e educação para a cidadania” foi o tema da primeira live em homenagem ao Dia do Estudante. Para conversar sobre o tema e relatar suas experiências, foram convidados os professores Alberto Lazzaroni, Danielle Siqueira Pereira e Luciene Santana Ferreira, além dos estudantes Carla Moura, Francielly Rodrigues e Ítalo Barbosa Passos.
Luciene Santana deu início ao bate-papo, contando um pouco sobre a sua trajetória como professora e o que despertou seu interesse em submeter um projeto voltado à conservação de abelhas na 9ª edição da Obsma. “Para mim, a Obsma é uma olimpíada que está totalmente preocupada com a questão do aluno ser protagonista, dele tentar associar o que aprende em sala de aula com as vivencias da sua localidade” afirma a educadora. Na sequência, sua ex-aluna Carla Moura também falou sobre sua experiência com o projeto e em como ele foi importante para despertar seu interesse pela ciência.
Dando continuidade ao encontro, o professor Alberto Lazzaroni abordou sobre a criação do clube de ciências na escola em que leciona e a importância dessa área para todas as disciplinas. “A gente trabalha no sentido de fazer com que a ciência seja encarada na sua essência e nós podemos fazer tudo isso junto e misturado. Em nosso clube, por exemplo, nós temos a participação ativa do professor de sociologia e do professor de artes” comenta. O estudante Ítalo Passos relatou sobre o seu interesse pela área devido ao clube de ciências e como essa experiência proporcionou seu ingresso em um Projeto de Iniciação Científica (PIBIC) na Universidade Fluminense.
A professora Danielle Siqueira descreveu como é a realização das feiras de ciências em regiões rurais e quilombolas, além de relembrar a sua experiência de uma vida inteira com o clube de ciências criado por sua mãe e hoje administrado por ela. “As feiras de ciências, a pesquisa científica seja ela qual for, vai ajudar o aluno na tomada de decisões e a ter esse protagonismo. Se todos tiverem contato com a pesquisa cientifica, tenho certeza que serão cidadãos mais completos” afirma a convidada. Para encerrar a discussão sobre ciência e o protagonismo estudantil, a aluna Francielly Rodrigues relatou como iniciou seu interesse pela área e como a professora Danielle foi fundamental em seu percurso como Jovem Cientista.
12 de agosto – Comemoração do Dia Nacional da Arte
A segunda live da semana celebrou a importância da arte para a sociedade, principalmente nesses tempos tão difíceis de pandemia, contando com a participação da pesquisadora da Fiocruz, Ana Lúcia Soutto Mayor e dos professores Antônio José Dias Viera e Francilda Fonseca Machado.
O convidado Antônio José iniciou sua fala abordando sobre a relação existente entre arte e ciência e como essa conexão foi utilizada no projeto interdisciplinar Museu Maker 3D. Ele também comentou como a metodologia STEAM é capaz de desenvolver o espírito criativo nos alunos, torna-os mais habilidosos, com mais autonomia e protagosnimo.
“Nós capacitamos os alunos para a construção da impressora, depois a gente fez a capacitação da construção, fizemos a oficina de modelagem com os estudantes e no final fizemos uma oficina de pintura dos modelos 3D” conta o professor.
Francilda Fonseca deu continuidade à conversa falando sobre o projeto Sarilho, um trabalho realizado com os alunos de sua escola e toda a comunidade local. Por meio de oficinas de teatro, a professora conseguiu desenvolver um amplo trabalho, transformando a forma dos estudantes pensarem em relação ao local onde vivem.
“Eu vi a possibilidade de trabalhar a história local, relacionando aos conteúdos de história – no caso, a disciplina em que eu leciono – e comecei a observar uma riqueza de detalhes que era possível ver ali. Nós trouxemos a arte para dentro da escola, através da transformação dessas pesquisas em textos teatrais”, explica a educadora.
Ana Lúcia finalizou a live fazendo uma profunda reflexão sobre a importância da arte e homenageando a todos os artistas. Ela também falou sobre a conexão entre arte, ciência e educação e em como ela pode ser utilizada de maneira transversal nos currículos escolares, além de relembrar como conheceu a Olimpíada e como a arte era utilizada em suas atividades como oficineira.
De acordo com a pesquisadora, a arte possui uma potência transformada e tem sido indispensável nesse momento de isolamento social.
“Não é à toa que durante toda essa pandemia, a arte tem sido uma das maiores companheiras de quem pode assistir a uma live de música, de quem pode ver um filme por alguma plataforma, de quem pode ler um livro. A arte tem conseguido sustentar a experiência de isolamento físico, num mundo em que ela mesma faz a conexão do que há de mais humano em nós e entre nós. Que nós possamos fazer arte, viver arte, para além de toda a pandemia, e que enquanto o mundo estiver sofrendo, que ela nos conecte. Que ela continue nos dando sentido ao existir. ”, conclui.
Para quem não conseguiu assistir as transmissões ao vivo, as duas lives estão disponíveis no Facebook/Obsma.
Por Samantha Mahara Martynowicz