Veja como o projeto contribuiu para a criação de um Instagram sobre ciências e biologia
A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) tem transformado o dia a dia de trabalho de diversos professores ao redor do país. Além de incentivá-los à realização de atividades interdisciplinares com seus alunos, muitos deles acabam enxergando na iniciativa uma forma de levar os conhecimentos adquiridos para muito além das salas de aula.
Esse é o caso da professora Thaís Sanches Santos – formada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), especialista no Ensino de Biologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada (PGB – UEM) na área de Divulgação Científica – que, após a participação na Olimpíada, se sentiu motivada a criar um canal dedicado a ensinar biologia de uma maneira mais leve e criativa.
Segundo a docente, a ideia do Instagram “@thaisplicando.ciencias” surgiu a partir do anseio em compartilhar práticas desenvolvidas em sala de aula com outros professores, acreditando que “a educação só evolui com o compartilhamento e não com o armazenamento de ideias”.
Além disso, ela também conta que a Obsma teve um papel fundamental na idealização e concretização de seu projeto. “A participação na Olimpíada foi muito importante, visto que, foi nesse momento que eu percebi a quantidade de informações que eu adquiri naquele espaço e da importância em compartilhar informações e práticas docentes com outros professores”.
Os conteúdos abordados por Thaís em sua rede social são bastante interessantes, pois demonstram que o aprendizado da biologia não precisa ser necessariamente um “bicho de sete cabeças”, e que as diversas nomenclaturas utilizadas pelos professores podem ser traduzidas para uma linguagem mais didática e de fácil acesso. Por meio de dicas de livros, filmes, experimentos e até mesmo com a realização de sorteios em sua página, a docente tem conquistado muitos amantes da biologia.
“Eu sempre tento me colocar no lugar do aluno. No período em que fazia o ensino fundamental eu não gostava de ficar só dentro da sala ouvindo a professora falar, eu gostava da prática, do fazer e do agir (e a minha professora de Ciências na época me proporcionava muito isso!). E foi a partir dessa minha experiência que eu passei a desenvolver as minhas aulas com muita parte prática em conjunto com a teoria. Faz toda diferença o aluno ser o protagonista no momento da construção do conhecimento.” relata a docente.
A contribuição da Obsma
Desde cedo Thaís sempre se interessou por feiras de ciências e projetos que estimulassem o pensamento científico e, em suas buscas por novos projetos nesta área, acabou encontrando o site da Obsma. De acordo com a professora, naquela época ela estava sob a coordenação de um Clube de Ciências dentro da escola em que leciona e resolveu propor aos alunos a ideia de participar da 9ª edição da Olimpíada.
O mais interessante foi que a docente aproveitou um tema muito debatido naquele momento para utilizá-lo a favor da educação. “A nossa cidade passava por um surto de picadas de escorpiões e, foi a partir daí que surgiu a ideia de desenvolvermos um vídeo para que a população entendesse que o animal não é um organismo do mal, sendo nós seres humanos que invadimos seu habitat natural e, através de algumas ações propiciamos sua vinda até nossas casas” explica.
O documentário intitulado “Escorpião: ele não é o vilão” foi produzido juntamente com alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental II e gravado em diversos cenários da cidade, como em frente às casas, à catedral e até mesmo dentro da universidade. Por meio dessa experiencia, a professora conseguiu tirar um pouco os alunos da rotina de sala de aula, elaborando as gravações em contraturno e levando-os a explorar ambientes totalmente diferentes dos já conhecidos dentro da escola.
Além do vídeo ser escolhido como um dos destaques regionais da Obsma, levando a professora e seus alunos a participarem da premiação nacional realizada na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, Thaís ainda reconhece que a Olimpíada contribuiu para a sua prática como docente. “Eu pude ter contato com vários professores com realidades diferente da minha e isso enriqueceu muito o saber da minha prática. Conheci vários trabalhos de pesquisa superinteressantes que me proporcionaram novas ideias de atividades para serem aplicadas em sala de aula” conta.
Após a participação na 9ª edição da Olimpíada, as aulas da professora Thaís foram ficando cada vez mais estimulantes. Toda semana há pelo menos uma atividade prática desenvolvida com os estudantes, sendo que muitas delas são realizadas para que eles desenvolvam as ideias sozinhos, com o objetivo de proporcionar uma maior autonomia, reforçando a sua ideia de que os professores são “abridores de portas”.
“Ao longo da minha profissão, consegui observar muitos dos meus alunos entrando em várias portas e tendo gosto pelo mundo científico. E eu acredito que é abrindo portas para os alunos que eu venho contribuindo para a educação ao longo desses anos” reconhece Thaís.
Mesmo com um trabalho já premiado na Obsma, a professora diz que pretende participar de uma nova edição, pois acredita que a Olimpíada tem feito um grande trabalho para a educação básica no país, proporcionando à comunidade escolar (alunos e professores) novos aprendizados e experiências na área da saúde e meio ambiente.
Confira o documentário e a página no Instagram da professora Thaís Sanches:
Instagram: https://www.instagram.com/thaisplicando.ciencias/
Por Samantha Mahara Martynowicz