A Obsma e a Fiocruz Brasília realizaram, nos dias 28 e 30 de junho, a oficina pedagógica Projetos nas Escolas. O encontro foi organizado pela Coordenação Regional da Olimpíada no Centro-Oeste, em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal.
As oficinas virtuais têm o objetivo de estimular a abordagem de temas transversais de saúde e meio ambiente no cotidiano escolar, e incentivar professores a inscrever trabalhos junto com os estudantes na Olimpíada, nas modalidades produção audiovisual, produção de texto e projeto de ciências. As oficinas apresentem e dialogam sobre ideias, habilidades e competências que podem contribuir para o desenvolvimento dos trabalhos.
A oficina de dois dias foi ministrada pela equipe da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Fiocruz Brasília e reuniu professores da educação básica do Distrito Federal, Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. No primeiro dia (28/6), a diretora da Escola de Governo Fiocruz – Brasília e coordenadora da Regional Centro-Oeste da Obsma, Luciana Sepúlveda, fez uma apresentação da Olimpíada, seu histórico e resultados. Em seguida, a equipe da Ascom propôs uma dinâmica em que os participantes, divididos em grupos, foram incentivados a definir, por meio de imagens, o que é ciência, saúde e meio ambiente. Depois que cada grupo projetou as imagens selecionadas e explicou seus significados, houve um breve debate sobre a importância de ampliar esses conceitos, de modo que a ciência não seja vista somente como um homem branco de jaleco ao microscópio, a saúde não seja resumida à ausência de doenças, ou ao tratamento destas em um ambiente hospitalar, e o meio ambiente não seja idealizado apenas como uma floresta intocada. “Esse debate aponta para a importância de se compreender ciência, saúde e meio ambiente de forma conectada entre si e com a sociedade, uma reflexão crítica que deve ser desenvolvida dentro e fora das salas de aula”, comentou a jornalista Fernanda Marques.
Em relação aos projetos de ciências, é importante definir objetivos viáveis, que possam ser alcançados no tempo e com os recursos disponíveis na escola, e que façam sentido para a comunidade escolar, “contribuindo para enfrentar suas vulnerabilidades e valorizando suas potências”, conforme destacou o jornalista Fernando Pinto. As atividades propostas nos projetos podem ser observações e coleta de dados no território onde a escola está localizada, experimentos, exposições, jogos e intervenções artísticas, entre outras, e devem ser registradas, documentadas e avaliadas. Isso permite não só demonstrar os resultados obtidos, mas também indicar o passo a passo, para que o projeto possa ser adaptado e multiplicado por outros professores, em outros lugares. Como fonte de inspiração, foram apresentados alguns exemplos de projetos de ciências premiados em edições anteriores da Obsma.
Em um momento de troca, os professores presentes na oficina falaram de projetos que eles já realizam com seus estudantes, como um protótipo de equipamento para reduzir a velocidade dos carros quando passarem perto da escola, evitando acidentes; um levantamento de situações de risco e desastre no entorno da escola, a partir da aplicação de questionários on-line; e um trabalho de coleta de tampinhas plásticas, que não só deixam de poluir o ambiente, como se transformam em renda para ajudar uma ONG que cuida de animais abandonados. Um jogo sobre o vírus da zika foi outra experiência apresentada, uma forma de engajar os estudantes na construção de conhecimentos sobre a doença de maneira mais leve e dinâmica.
A coordenadora nacional da Obsma e de Divulgação Científica da Fiocruz, Cristina Araripe, abriu o segundo dia da oficina (30/6), e trouxe um pouco da história da Fundação e de suas atividades de ciência, tecnologia, inovação, educação e divulgação científica, entre as quais destacam-se as mais de duas décadas da Olimpíada. Na sequência, foram apresentadas algumas dicas sobre produção de textos informativos, com coerência e coesão. A jornalista Nathállia Gameiro comentou diferentes estilos literários, como poemas, contos, paródias, entrevistas, reportagens e relatos em formato acadêmico, entre outros, e também destacou a importância de buscar fontes confiáveis, checar as informações e citar as referências. “Mas não se trata apenas de escrever sobre o que outros autores já produziram. Enriquece o texto abordar a história por um ângulo diferente, com o olhar próprio do aluno e sua comunidade escolar”, ressaltou Nathállia, valorizando, ainda, a criatividade dos títulos e o uso dos cinco sentidos no texto. “A descrição de cenários, o que se vê e o que se sente são elementos que podem fazer a diferença em um texto”, afirmou. Para completar, a equipe da Ascom apresentou exemplos de produções de texto premiadas em edições anteriores da Obsma.
E, finalizando a oficina, o designer Daniel Ledra abordou o tema da produção audiovisual. Ele falou dos diferentes tipos de filmagem e de planos usados nas gravações, com dicas para captação e edição das imagens com o celular. Daniel lembrou a importância de que as técnicas dialoguem com o tema em tela, e trouxe orientações básicas para a criação de um roteiro, além de exemplos de vídeos já premiados na Obsma. “O primeiro vídeo pode não ficar tão bom? Pode, mas não é motivo para desanimar. Com a prática, as habilidades melhoram; o importante é engajar a turma na produção do audiovisual. E a garotada hoje em dia conhece, sabe usar os programas e aplicativos, e produz conteúdos muito legais, com uma linguagem que dialoga com outros jovens”, concluiu o designer.
A coordenadora de Olimpíadas de Ciência, Alessandra Lisboa, e a gerente de Programas e Projetos Transversais, Raquel Lins, conduziram e mediaram a atividade.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília