Painéis grafitti encantam e se transformam em uma poderosa ferramenta educacional nas escolas do Amazonas
Há 20 anos, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) vem deixando a sua marca em diversas escolas ao redor do país, por meio de atividades e projetos educacionais. Uma das ações de grande visibilidade e engajamento escolar foi o projeto Escola Olímpica, que nasceu em 2016, a partir do convite para participar de um evento comunitário em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, na Escola Municipal Chico Mendes, localizada no município de Iranduba-AM. A partir daí, a iniciativa idealizada pela Regional Norte, sob a coordenação de Rita Bacuri, já trouxe um colorido especial com a aplicação de painéis grafitti em 29 escolas públicas do Amazonas, Acre e Roraima.
Em virtude da grande aceitação e mobilização da comunidade escolar, o projeto foi retomado durante a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, em setembro do ano passado.
O trabalho é realizado pela artista Deborah Erê e surgiu enquanto ela ainda atuava como Assistente de Gestão da Olimpíada e tinha a função de divulgá-la em todos os estados da região Norte.
“Indo visitar as escolas, observando os alunos e considerando a minha experiência enquanto grafiteira, tive uma ideia: e se a gente divulgasse a Olimpíada utilizando o que eu sabia fazer? A Rita Bacuri na hora abraçou a ideia! Logo escrevemos o projeto e apresentamos à Coordenação Nacional, que abriu a oportunidade para este projeto, de fato, acontecer”, conta a artista.
No primeiro ano de projeto, 11 escolas do Amazonas foram pintadas com temas envolvendo saúde e meio ambiente. Já em 2019, 16 escolas foram palco para os painéis, sendo 8 delas no estado da Amazonas, 2 no Acre e 6 em Roraima. Por fim, mais 2 escolas de Manaus receberam as artes no início desse ano. “Os painéis são um arraso, criativos e envolventes. Em todas as escolas que receberam o título de Escola Olímpica e foram contempladas com a arte do grafite, a experiência foi exitosa” comenta Rita.
Os painéis grafitti foram representados por temas envolvendo saúde, meio ambiente, diversidade, natureza, dentre outras linguagens que fazem parte da Obsma. Alguns deles foram pintados com o tema dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização Mundial da Saúde (ONU), como erradicação da pobreza, saúde e bem-estar, água potável e saneamento, energia limpa e acessível, consumo e produção responsáveis, dentre outros.
De acordo com Rita Bacuri, o objetivo dessa iniciativa é o de fixar a mensagem da Obsma de forma permanente nas escolas. “Painéis elaborados com a arte do grafite passam a fazer parte do cotidiano da comunidade escolar. Isso é importante porque, não raro, encontramos dificuldades de tempo para reunir professores e alunos para apresentação do projeto Obsma. O painel artístico marca a presença, fixa a mensagem e divulga a Obsma e seus objetivos”, reforça.
A artista também reconhece que a repercussão das pinturas foi bastante positiva em todas as escolas e, até mesmo, fora delas. O projeto recebeu elogios da equipe da gestão, professores, alunos, responsáveis e a comunidade em geral. Nas redes sociais, também houve um engajamento bem significativo do público.
Para a coordenadora da Regional Norte, além da divulgação da Obsma no ambiente escolar, a linguagem do grafite tem um grande poder de influência junto à população mais jovem. “Outra razão que nos empolga e reside na essência do projeto é a possibilidade do grafite, que é considerada uma arte urbana, popular e de fácil acesso, estimular a quebra do preconceito e contribuir com novas práticas artísticas no ambiente escolar”, afirma.
Deborah que, também é professora de artes, explica como esse saber tem um papel fundamental no ensino e reforça o quanto ele precisa ser estimulado dentro das escolas. “A arte é a forma com que o ser humano sempre expressou livremente suas ideias e sentimentos, então ela é existencial para um povo, uma cultura. É através dela que se cria afetos, aproximações, identidades. É fantástico que educadores a utilizem como ferramenta para transmitir e expressar o conhecimento, porque ela cativa, ela dá voz, cores, formas, texturas, para ideias que podem não parecer muito compreensíveis. Ela ilustra, ela dá sentido, ela transforma”, conclui.
Desde o início, o projeto Escola Olímpica teve uma boa aceitação do público jovem e de toda a comunidade envolvida, chamando a atenção de alunos, professores e até mesmo moradores do entorno. Em alguns momentos, as demonstrações de interesse foram tantas que muitas escolas solicitaram para participar da construção dos painéis, reforçando ainda mais a importância da Obsma dentro do ambiente escolar.
Participe da 10ª edição
Se você é professor(a) e tem acompanhado todas as iniciativas da Obsma, não perca tempo e participe da 10ª edição. As inscrições foram prorrogadas até o dia 13 de dezembro em todo o país. Acesse o site e confira o regulamento: https://olimpiada.fiocruz.br/
Por Samantha Mahara Martynowicz